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Sobre o peso de fazermos diferente ou melhor que os nossos pais

A responsabilidade de superarmos os nossos pais nas escolhas que eles fizeram na vida é um tema comum nas sessões de terapia. Muitas de nós estão dando conta de suas próprias escolhas, construindo suas bases financeiras e criando suas próprias relações afetivas, com o peso de não cometer os meus “erros” ou fazer diferente de seus pais.

Isto é, não basta dar conta de nossa própria existência, é preciso seguir um projeto de atualização da vida de nossos pais e/ou cuidadores. 

Neste projeto não é incomum sentirmos uma sensação de fracasso constante, afinal, a comparação com que nossos pais conquistaram em outros épocas, como estabilidade, casa própria, casamento, etc. Torna-se o nosso ponto de partida. “Não posso ter menos que os meus pais, eles lutaram para que eu tivesse uma vida melhor”. “Preciso ter uma relação diferente das que meus pais tiveram, minha mãe sofreu demais”.

São alguns dos pensamentos que podem surgir diante desse projeto de ser melhor do que quem veio anteriormente. Uma responsabilidade de romper ciclos, quando falamos de erros, e de ao mesmo tempo dar continuidade a aquilo que recebemos de positivo.

Pode parecer um projeto “correto”, “bonito”, “natural”. Mas também pode ser um projeto que nos impede de sermos livres para escrevermos nossas próprias histórias, a partir das nossas experiências. De começarmos sem um projeto pré-definido. De experimentarmos a vida a partir dos nossos olhares, desejos e sentimentos.

E, além disso, como esperar ser uma atualização de quem veio antes de nós, sendo que o mundo em que vivemos não apresenta os meus recursos, costumes e possibilidades de outros tempos? Ele é outro.

Assim como nossos pais estão vivendo pela primeira vez, nós também estamos. Então nos tornarmos a continuidade de um script, ou nos tornarmos uma versão 2.0 da vida de alguém pode ser uma existência muito limitadora. Afinal não somos um software de celular ou de computador que simplesmente se atualiza a partir de uma outra versão. Somos de carne, osso, muitas emoções e com certeza novas histórias.

E agora quero saber de você, me conte nos comentários abaixo, como essa reflexão chegou até aí? Vamos pensar juntas! 🙂

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