Tem dias em que a gente sente que está no modo automático. Resolve tudo. Cuida de tudo. Lembra dos compromissos, das contas, do que precisa ser feito. Dá conta do trabalho, da casa, dos outros. E, no meio disso tudo, se esquece.
Quando tenta parar um pouco, a culpa aparece.
Começam a surgir, quase sem a gente perceber, aquelas frases silenciosas que conhecemos bem: “Você não está rendendo como deveria.” “Tem tanta coisa por fazer e você querendo descansar?” “Isso é egoísmo. Preguiça. Fraqueza.”
A gente cresce ouvindo que precisa ser forte, produtiva, responsável, esforçada. E é claro que muitas de nós incorporam isso de forma bonita: somos mesmo mulheres comprometidas com o que importa. Mas, em algum ponto do caminho, aprendemos também que nós mesmas não importamos tanto assim.
Que descansar é luxo. Que pedir ajuda é fraqueza. Que dizer “hoje não” é falta de empatia.
Mas e se a gente estiver enganada?
E se se priorizar não for egoísmo, mas uma forma de continuar viva?
Porque chega um momento em que a forma como temos vivido se torna insustentável. Tudo em nossa existência começa a tensionar, a pedir por outro ritmo, outra maneira de estar no mundo.
A experiência de viver, com tudo que somos, já não consegue mais sustentar tanto silêncio. A gente segue sorrindo pra fora enquanto tudo em nós se contrai, tentando sustentar o que já não cabe mais.
Talvez se priorizar seja, sim, um ato de coragem. Um lembrete de que a sua vida é sua. E que cuidar dela também é responsabilidade. Não a responsabilidade que pesa, mas a que acolhe. Que reconhece os limites. Que aprende a dizer “sim” pra si mesma.

🌿 Algumas pequenas coisas que você pode tentar:
📓 Criar pequenos rituais de encontro com você mesma. Pode ser escrever ao acordar, ouvir uma música que te acalma, ou tomar um café em silêncio antes de começar o dia. Pequenos momentos de presença que lembrem: “eu existo aqui”.
🚫 Começar a dizer “não” onde você sempre disse “sim” por medo de desagradar. Não para se afastar do mundo, mas para se aproximar de si.
📅 Perguntar-se, ao menos uma vez por dia: “O que eu estou sentindo agora?”. Pode parecer simples, mas essa pergunta abre portas para uma escuta mais honesta.
🌸 Permitir-se pedir ajuda mesmo que você ache que deveria dar conta sozinha. A força também está em reconhecer o limite.
📄 Escrever sobre o que sente, mesmo sem conclusão. A escrita pode ser um caminho para organizar o caos interno e reconhecer suas próprias dores com mais cuidado.
Esses gestos, pequenos e profundos, podem ser o início de um movimento silencioso, mas firme, de reconexão com quem você é.
Se isso ressoou com você, talvez seja hora de criar um espaço só seu. Onde você não precise se justificar para existir. Onde você possa se escutar sem pressa, sem culpa.
A terapia pode ser esse espaço.
Eu acompanho mulheres que desejam se caminhar consigo mesmas com mais verdade e menos cobrança. Se quiser saber como funciona, é só clicar aqui.